Durante a COP30, em Belém, Marcelo Freitas, CEO da Prospera e cocriador da Soul Up, subiu ao palco da World Climate Foundation como keynote speaker do painel “Powering Progress – Financing Just and Accelerated Energy Transitions”.

Em sua fala de abertura, Marcelo trouxe um ponto que, segundo ele, não pode mais ser ignorado: o mundo aprendeu a gerar energia limpa, mas ainda não aprendeu a distribuí-la de forma justa e acessível. A mensagem destaca que não existe transição energética sem inclusão social.
O paradoxo brasileiro: matriz limpa, tarifa cara
Marcelo iniciou sua apresentação destacando uma contradição que se tornou urgente no país. O Brasil possui uma das matrizes elétricas mais renováveis do planeta, onde 85% da eletricidade brasileira vem de fontes limpas. Porém, milhões de famílias vivem sob tarifas que estão entre as mais altas do mundo.
Segundo ele, essa realidade cria um ciclo perverso, que começa pela inadimplência, segue para as ligações irregulares (os famosos “gatos”). O reflexo disso? Perdas estruturais que levam a novos aumentos nas tarifas. O resultado é um país renovável na geração, mas injusto no consumo.
“Transição energética sem inclusão social é só um rearranjo estético. Parece progresso, mas não muda a vida de ninguém”, destacou o CEO.
Reflexões e soluções
E se as pessoas pudessem ser recompensadas por seus hábitos de consumo e, com isso, financiar a própria conta de luz? E se, no lugar de novas tarifas, a solução climática estivesse na mobilização coletiva?
Essas perguntas estão no centro do que a Prospera tem apresentado ao mundo: uma transição energética que nasce no consumo, não apenas na geração de energia limpa.
Nesse cenário surgem os Pontos Ecoa, moeda verde digital dentro da comunidade Soul Up que transforma impacto ambiental em poder de compra.
Nesse modelo, empresas adquirem Pontos Ecoa e financiam parte da redução da tarifa dos consumidores. Essas pessoas acumulam pontos por interagir na plataforma digital Soul Up ou consumir em empresas parceiras. A pontuação se transforma em desconto real na conta de luz, sem novos impostos ou burocracias.
É o que Marcelo chamou, no palco da COP30, de “ESG lucrativo”, ou seja, uma solução em que todos ganham. Empresas, impulsionando o impacto positivo mensurável, pessoas, com custos de energia mais acessíveis e o planeta, que se beneficia da redução de emissões.
Sustentabilidade como experiência, não apenas discurso
Em sua apresentação, Marcelo reforçou que o maior desafio da transição energética global não é tecnológico, mas social.
A humanidade já domina a tecnologia para produzir energia limpa (solar, eólica, biomassa). O salto necessário agora é outro, permitir que todos possam viver os benefícios dessa energia, e não apenas admirá-los à distância.
“Estamos diante da maior oportunidade da história de transformar sustentabilidade em algo que todos possam viver, não apenas admirar”, explicou Marcelo.
O papel do Brasil no futuro da inclusão energética
O Brasil tem grande protagonismo no avanço de soluções climáticas inovadoras. Com uma matriz limpa, amplo potencial de energia distribuída e um mercado consumidor diverso, o país pode se tornar referência em democratização do acesso à energia sustentável.
Marcelo defendeu, diante de investidores, governos e líderes globais, que:
- acessibilidade deve ser tratada como política climática;
- programas de fidelidade verde podem financiar parte da transição;
- comunidades digitais podem acelerar engajamento e inclusão;
- soluções de impacto positivo precisam ser simples e escaláveis.
Prospera na COP30: acendendo luzes, gerando inclusão
Ao final de sua fala na World Climate Foundation, Marcelo sintetizou o propósito da Prospera em uma frase:
“Quando a energia chega a todos, a esperança também se acende”
A participação da Prospera na COP30 reforçou ao mundo que inclusão energética é impacto climático, e que o futuro da transição passa por modelos que conectam economia real, tecnologia e engajamento coletivo.